SOCIEDADE PARANAENSE SE MOBILIZA CONTRA O AUMENTO ABUSIVO NO PREÇO DAS PLACAS DE VEÍCULOS

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Há um bom tempo que o SINDEPAR vem travando verdadeiras batalhas contra outros grupos econômicos interessados no nosso segmento, mas desta vez, o ataque que sofremos nos surpreendeu, pois veio praticamente de dentro da nossa casa. Nunca imaginávamos ser atacados por aqueles que nos trataram sempre como “amigos” e que, na prática, nós sempre fomos o maior cliente dos mesmos. Nunca imaginamos que de forma sorrateira e covarde, uma instituição representante do nosso maior fornecedor, a AFAPLACAS, fosse articular um golpe para cima da nossa classe e, pior tentar lesar toda a sociedade paranaense. Mas como diz o ditado: “quem vai com muita sede ao pote, se lambuza”.

O golpe mais recente, foi dado através da AFAPLACAS que através de um convênio com o Detran/PR tentou embutir junto em um novo modelo de lacre, um esquema de cartel com aumento de lucros. O esquema era simples, num Boleto Único, seria cobrada uma taxa para o Detran/PR, uma taxa para a AFAPLACAS e a parte do Fabricante. Em resumo, nós despachantes, ficamos fora do sistema de comércio de placas, invertendo o processo de negociação fabricante/despachante. Antes, nós comprávamos as placas, e acertávamos com os fabricantes a forma de pagamento. Agora nós teríamos que pagar as placas (a um preço exorbitante) à vista, no Boleto Único, para depois de um mês, a critério do fabricante, ele nos repassar alguma comissão pela venda, se ele quisesse, é claro. O detalhe é que todo este esquema foi articulado em silêncio pela AFAPLACAS.

Não precisamos nos ater aos detalhes deste plano diabólico e seus efeitos para a nossa categoria. Vamos ao trabalho do SINDEPAR, que brilhantemente conduzido pelo Presidente Everton Calamucci, colocou uma pedra no meio do caminho da AFAPLACAS. O primeiro passo foi trabalhar no campo político, articulando ações entre todos os Despachantes do Paraná. Primeiro acionamos a mídia, depois nos articulamos com outras instituições que defendem os interesses da sociedade paranaense, tais como FECOMÉRCIO, FENABRAVE, FACIAP e SINDILOC, e por último a ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná), obtendo o apoio de todos. O resultado foi a convocação do Diretor do Detran/PR, Marcos Traad, para uma audiência pública na ALEP e, para nossa surpresa, afirmou desconhecer o Boleto Único, e que de fato, somente seria alterada a cobrança da taxa de lacre, no valor de R$ 16,95. Esta taxa nunca foi paga antes pelos fabricantes e, desta forma, pelas palavras do Diretor, a única diferença para os fabricantes, é que agora eles também vão ter que recolher uma taxa ao Detran/PR.

No âmbito de nossa região, contamos com o apoio de dois fabricantes de placas, que se mostraram contrários ao novo sistema, a Pitanga Placas e a Guaraplac. O proprietário da Pitanga Placas, inclusive, nos apresentou ao Cleon Costa, assessor do Deputado da Região de Pitanga, Alexandre Curi. E na região de Guarapuava, obtemos o apoio do Deputado Bernardo Carli. Ficamos gratos pelo apoio obtido.

Mas agora precisamos aguardar o desdobramento desta situação, o Diretor do Detran/PR foi claro quando afirmou que a livre concorrência entre os 170 fabricantes de placas do Paraná continua em vigor. Diante disto, não podemos aceitar o Boleto Único, e nem pagar um centavo a mais ao preço que pagávamos às placas. Vamos nos organizar e tentar barganhar preço e facilidade na operação de encomenda de placas. Podemos reunir todos os despachantes e fazer uma rodada de negócios com os fabricantes da região.

Quem mais ganhou com esta ação do SINDEPAR foi o povo do Paraná. Que escapou das garras de um grupo econômico que, cegos pela ambição de aumentar exponencialmente seus lucros, arquitetaram esta afronta a todos nós. E também ganharam, todos os despachantes, que puderam apreciar o resultado que a união de forças pode gerar. Esta batalha já era considerada ganha pela AFAPLACAS, e mesmo assim, tiveram seus ímpetos de lucros exorbitantes freados.

Uma ótima semana a todos.

Felipe Brugg – Despachante de Trânsito (Guarapuava)